terça-feira, 31 de maio de 2011

"De todas as coisas que possas usar, a tua expressão é, seguramente, a mais importante."
John Ruskin

segunda-feira, 23 de maio de 2011

História da Fono no Mundo

A Fonoaudiologia é uma ciência estudada nas universidades em mais de cem países do mundo e existe formalmente há mais de um século. Sua primeira referência é de 1900, quando a Hungria reconheceu a profissão e criou a primeira faculdade de Fonoaudiologia no mundo.
A história da fonoaudiologia, assim como muitas profissões da área da saúde, inicia-se com a medicina, há milhares de anos atrás, quando as pessoas eram curadas por magos ou sacerdotes. Naquela época, a população acreditava que as doenças eram obras dos deuses, que usavam-se desse artifício para castigar os humanos. Eles pensavam que a pessoa doente estava endemoniada. Como os magos eram responsáveis pela cura, eram considerados seres superiores.
Um hieróglifo datado de 2000 a.C., já demonstrava a patologia da linguagem. Também, na Bíblia, há relatos de pessoas com gagueira. Mas foi com o advento da escola filosófica pré-socrática que surgiu a separação entre cura dos deuses e tratamento médico racional.
Segundo registros, o primeiro a estudar a anatomia, patologia e terapêutica da boca, sem se deixar envolver por crenças, foi Hipocrates. Já no século XVI, na Espanha, Ponce de Leon trabalhou para oralizar os surdos. Icheramenr, um fonético alemão, faz uma descrição do modo de articulação de sua língua materna e um monge, chamado Coitie, em 1579, publicou o primeiro livro sobre audiologia do mundo “Auditus instrumento”.
No século XVII, conhecido como século das vozes, a medicina ainda era muito experimental, fazendo com que ainda não se tivesse um vasto conhecimento de fonoaudiologia. Já no século XIX, aumentou o conhecimento de filosofia. Porém, ainda não se tinha uma solução para os problemas linguísticos. Ainda nessa época, houve uma evolução com o surgimento do laringoscópio.
Finalmente, no século XX, a fonoaudiologia é reconhecida como profissão. Entre as décadas de 30, 40 e 50, os profissionais responsáveis pela correção da fala eram ligados ao magistério, à atividade pedagógica do professor. Entretanto, era necessário uma especialização, algo que fosse ligado a área médica, para que houvesse uma melhor compreensão do corpo e do distúrbio.
Com a ocorrência da Primeira e da Segunda Guerra Mundial, surgiram incidências de acontecimentos neurológicos que causaram problemas de locomoção e linguagem. Com isso, a área do fonoaudiólogo foi se aproximando da do fisioterapeuta e daqueles responsáveis pelas terapias ocupacionais.
Os primeiros cursos de fonoaudiologia só surgiram na década de 60. Com isso os profissionais dessa área podiam se tornar especialistas, aprendendo mais sobre a técnica e sobre a prática. Assim, os problemas que, antigamente, as pessoas deixavam que o tempo curasse, podiam, finalmente, ser tratados por profissionais de nível superior.
Conforme a fonoaudiologia foi se tornando conhecida, muitas associações foram criadas. Um exemplo é a American Speech and Hearing Association (ASHA), que, recentemente, mudou o nome para American Speach, Hearing and Language Association, mas permaneceu com a mesma sigla.
Ainda na década de 60, foi elaborado, nos Estados Unidos, um código de ética que deve ser conhecido e cumprido por todos os profissionais de fonoaudiologia. Esse código é constantemente revisto e publicado pela revista da ASHA.
Durante muito tempo, coube aos fonoaudiólogos a tarefa de lutar sozinhos pelo reconhecimento na sociedade, por seu lugar no grupo de profissionais de nível superior. Essa luta foi feita por cada um no seu cotidiano, na sua tentativa de crescer profissionalmente e mostrar para a sociedade um trabalho de qualidade, útil para a população. Depois de tanto esforço, a profissão passou a ser vista como membro de uma equipe que envolve outros profissionais, como psicólogos, médicos, dentistas e fisioterapeutas. E é com essas áreas que ele dialoga e estuda os casos para melhor atender as pessoas que possuem alguma dificuldade tanto na fala quanto na audição.
Agora, no século XXI, os fonoaudiólogos adotam novas condutas e posturas, atitudes diferentes daquelas tomadas pelos que trabalhavam com a fala há séculos atrás. Porém, o objetivo ainda é o mesmo: cuidar e dar atenção ao seu paciente.